terça-feira, 31 de agosto de 2010

CARTA NA MANGA

Quatro ases, um de cada naipe. Pra quem não sabe, o ás no jogo de poker é considerada a carta mais forte, e a chamada quadra de ases(quatro ases juntos) é uma das melhores jogadas. É dessa forma que o Milan está tratando o seu novo quarteto. Um de cada naipe, os "veteranos" Ronaldinho(espadas) e Pato(copas) se juntam com as novas contratações Robinho(paus) e Ibrahimovic(ouros) para formar a maior esperança do time rossonero nesta temporada.

Foto exibida no site do Milan.

O Milan não ganha nada desde a conquista da UEFA e do Mundial de Clubes em 2007, ainda com o craque Kaká, eleito melhor jogador do campeonato e artilheiro(10 gols), jogando pelo time italiano. Desde lá, o time foi desmanchando, Kaká saiu em 2009, e o Milan não conquistou mais nenhum título. Acostumado a ser uma das grandes potências da Europa, o Milan atual joga um futebol irreconhecível, com um time abaixo da média. Nesta janela de transferências, Silvio Berlusconi, presidente do clube, resolveu dar um jeito na situação. Contratou os atacantes Robinho, que saiu do Manchester City, e Ibrahimovic, que saiu do Barcelona.
Formando o ataque com Ronaldinho Gaúcho e Pato, e contando com o apoio dos meias Pirlo e Seedorf, Robinho e Ibra podem espantar a má fase que estão passando, e ajudar o Milan, que tem tudo para voltar de onde nunca deveria ter saído, e jogar como potência européia de novo. A experiência pode ser boa para a seleção brasileira. Nesta fase de renovação, Robinho foi um dos poucos veteranos a ficar no time, Pato e Thiago Silva, zagueiro do Milan, também foram convocados. Com o entrosamento que vão adquirir no clube italiano, Mano Menezes poderá contar com uma base para o time que já saberá jogar junto. Isso sem contar Ronaldinho Gaúcho, que brilhou no último jogo do Milan (4x0 sobre o Lecce), e se continuar voando em campo, poderá ser lembrado por Mano para dar um toque de classe ao meio de campo do Brasil. As chances são boas, já que Ronaldinho terá do seu lado melhores jogadores, Robinho e Ibra nem se comparam com Borriello e Inzaghi, e com isso, seu futebol deve evoluir muito. É esperar pra ver, e confiar nas escolhas de Mano Menezes.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

BONS TEMPOS

Saudade. Era o sentimento do torcedor são paulino ontem , antes do jogo contra o Fluminense, ao ver o time adversário entrar em campo. A nostalgia tomou conta dos tricolores paulistas ao verem Muricy Ramalho do outro lado do campo, comandando o outro tricolor, dessa vez o carioca, o mesmo Muricy que havia sido 3 vezes campeão do Brasileiro com o São Paulo. O atual time paulista vive péssima fase desde a volta da Copa, amarga a 15° posição na tabela, e tem no banco o interino Sérgio Baresi pra tentar dar um jeito na situação. A saudade só aumentou quando o torcedor lembrou que o atual time de Muricy era líder do campeonato, assim como acontecia quando treinava o tricolor do Morumbi.
O São Paulo entrava em campo precisando da vitória para fugir do fantasma do rebaixamento, e para tentar se redimir com a torcida, que se decepciona cada vez mais com o futebol da equipe. Do outro lado, a invejada equipe do bom e velho Muricy jogava para manter a liderança isolada, mostrando um futebol cada vez mais bonito. O jogo começou como tudo indicava, e o Fluminense logo abriu o placar, aos 9 minutos, com Deco. A impressão era de que o São Paulo, mais uma vez, não daria trabalho pro adversário. Mas o time do Morumbi resolveu ter uma noite das antigas. Pra começar, Rogério Ceni, que não marcava desde março, acertou uma falta da entrada da área no cantinho, e empatou o jogo para o tricolor paulista, seu 90° gol na carreira. Um minuto depois, aos 34, o goleiro Fernando Henrique falhou feio no lançamento de Richarlyson, e Fernandão anotou o dele, de cabeça. Virada inesperada, 2 a 1 São Paulo. Os times ficaram diferentes no segundo tempo. Muricy acertou na substituição, tirou Belletti e pôs Rodriguinho, e Baresi foi obrigado a tirar Fernandão, contundido, para a entrada de Cleber Santana, além da saída de Fernandinho, cansado, para a entrada de Marlos. Sem força de ataque, por conta da falta de opções no banco(Dagoberto e Ricardo Oliveira estão machucados), o São Paulo foi recuando, e passou sufoco. O Flu insistiu, e conseguiu empatar na cabeçada de Leandro Euzébio, aos 14. No fim do segundo tempo, a sina são paulina parecia voltar. O árbitro Leandro Vuaden marcou pênalti inexistente para o Fluminense, após a bola bater na mão de Ricky. Washington, velho conhecido do São Paulo, pegou a bola da mão de Conca e assumiu a responsabilidade da cobrança, e pra não deixar saudade no Morumbi, errou. Rogério, que já havia feito um gol, mostrou que conhecia seu velho companheiro de equipe, e pulou no canto certo, fazendo uma bela defesa, garantindo o empate e matando a saudade dos torcedores do (ótimo)goleiro-artilheiro Rogério Ceni. O time do São Paulo conseguiu criar esperanças de dias melhores para a torcida. Arrancou o empate fora de casa com o líder, e relembrou o bom futebol que já deixava saudade nos corações tricolores. Mas o time paulista ainda tem muito o que fazer pra voltar aos velhos tempos. Depois de fazer um gol e pegar um pênalti, Rogério lembrou que o time ainda luta pra fugir da zona de rebaixamento: "O que menos importa são as marcas pessoais, porque o momento do São Paulo é muito delicado".

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

FREGUÊS BOM É FREGUÊS DA FIEL

Na noite dos volantes no Pacaembu, o Corinthians passeou e venceu o São Paulo por 3 a 0, com dois gols de Elias e um de Jucilei, fazendo a festa da torcida corinthiana que compareceu ao estádio. Desde Fevereiro de 2007 o time tricolor não vence o rival, e com essa derrota, o tabu aumentou para 10 jogos sem vitória. O Majestoso, nome dado ao clássico, é conhecido pelo equilíbrio em que São Paulo e Corinthians se enfrentam (mesmo com o tabu de 3 anos), mas nesse domingo o Timão sobrou em campo, dando direito da Fiel gritar "ooolé" e "o freguês voltoou".
Os dois times entravam em campo precisando vencer, e o tricolor, convencer. O São Paulo foi eliminado da Libertadores pelo Internacional, está com o técnico interino Sergio Baresi, e paga por ter cometido o pecado de confiar em Ricardo Gomes quando nem seus próprios jogadores acreditavam no treinador. O time continua jogando um futebol sonolento e bem abaixo daquele que os torcedores estão acostumados a ver. Já o Corinthians vinha de derrota para o Avaí fora de casa, tinha ficado distante do líder Fluminense e precisava ganhar pontos pra voltar a briga pelo título.
Mano Menezes acompanhou o jogo, e deve ter ficado orgulhoso do que viu. O ex-treinador do time corinthiano sempre priorizou as formações com três volantes, apostando na qualidade deles para subir ao ataque como elementos surpresa para fazer gols.
Elias, que Mano sempre apostou, jogou muito, fez gol chutando de fora da área, e fez outro finalizando a bela triangulação do Timão no fim do primeiro tempo, o volante acabou com o time do São Paulo, dando motivos de sobra para Mano pensar em seu nome na próxima convocação da seleção. Jucilei, outra aposta do técnico, convocado para a seleção, também jogou bem e deixou o dele, de cabeça. Uma vitória com a cara de Mano Menezes, mas com os créditos para o treinador atual, Adilson Batista, que deixou o decisivo Elias jogar livre, bem avançado no meio de campo.
A partida foi marcada pelo belo futebol do Corinthians, que só não resultou em uma goleada histórica porque Rogério Ceni fez milagres no gol do São Paulo. O Timão mostrou que, mesmo sem Ronaldo, consegue dar conta do recado, e vai brigar pelo título para salvar o centenário. A única coisa que estragou o espetáculo do Coringão foi o clássico não ter sido transmitido na tv aberta, dando lugar ao jogo sem graça entre Palmeiras e Guarani.
Do outro lado do campo, a partida foi marcada pela apatia do tricolor. O São Paulo, que apresenta um futebol bem ruim desde a volta do intervalo causado pela Copa do Mundo, mostrou que os problemas estão longe de ser resolvidos, pelo contrário, vão ficando piores a cada dia. O time, conhecido pela organização fora de campo, e pelo futebol de títulos e resultados dentro dele, continua irreconhecível, e amarga uma preocupante 15° posição no Brasileiro, apenas 2 pontos acima do Grêmio.
O Corinthians segue mostrando que é imbatível em casa, manteve os 100% como mandante no Pacaembu, e convenceu a torcida de que esse time pode disputar o título. No São Paulo, a frase de Ricardo Oliveira, no fim do primeiro tempo, resume a humilhação que foi o clássio, e prevê o que continuará acontecendo se o tricolor não melhorar para o resto do campeonato : "Precisamos arrumar isso ou vamos tomar uma goleada".

sábado, 14 de agosto de 2010

O AMOR É CEGO

Tudo começou em dezembro de 2008. O Corinthians anunciou em toda a imprensa, e a notícia correu o mundo. O Fenômeno iria voltar para o futebol brasileiro, iria ser o camisa 9 do Timão.
O maior artilheiro de todas as Copas, vencedor de duas delas, já ganhou o prêmio de melhor do mundo 3 vezes. Ronaldo chegou no time paulista como um astro, teve a melhor apresentação já vista no futebol brasileiro. Demorou a entrar em campo, enquanto isso, todos seus movimentos fora dele eram fotografados. Quando finalmente entrou pra jogar, em março de 2009, as câmeras perseguiram todas suas jogadas, cada chute, passe ou domínio, era comentado.
O Fenômeno já chegou no Corinthians como ídolo, não precisou ganhar títulos nem jogos para a Fiel o tratar como se fosse outro Sócrates ou Marcelinho Carioca, mas Ronaldo não deixou por isso. Levou o time nas costas no Paulista de 2009, e o Corinthians faturou o título invícto. Depois, na Copa do Brasil, o camisa 9 deu mais um show, e o time alvinegro passeou no campeonato, conquistando o segundo título do ano.
Mesmo com todo o talento e o show que Ronaldo apresentava nos campeonatos, sua principal jogada no Corinthians sempre foi uma fora das quatro linhas. O Timão se aproveitou da imagem do craque, e o marketing do time melhorou absurdamente depois da chegada do artilheiro. Os patrocínios vinham facilmente, e eram os maiores do Brasil. Ronaldo chamava muita atenção, a ponto da camisa do Timão ser comparada a um abadá de micareta, tantas eram as propagandas, todas por causa dele, já que todos queriam vê-lo jogar.
O assunto do momento se tornou o Corinthians, o "time do Ronaldo". Os planos da diretoria funcionaram melhor que o esperado, e o tão sonhado centenário na Libertadores já estava garantido, e com promessa de título. Não tinha erro, Ronaldo jogaria, faria o alvinegro ganhar de novo. Mas alguns problemas surgiram no caminho do Coringão.
Na fase de grupos, o Corinthians deu sorte, caiu com times fáceis. O Timão não jogou bem nenhum jogo, teve dificuldades em todos eles, e Ronaldo, que seria o artilheiro e melhor jogador do campeonato, estava visivelmente fora de forma. Jogou mal, e só fez gols embaixo da linha. O time alvinegro ainda conseguiu passar como o melhor primeiro colocado, e pegou o Flamengo, time de pior campanha na competição.
O sonho da Libertadores foi por água abaixo. O Timão foi eliminado para o time carioca, e Ronaldo foi um dos principais culpados. Não conseguia correr, e quando pegava na bola, errava, o time jogava com um a menos quando o Fenômeno estava em campo. O craque virou uma âncora, e afundou o centenário da Fiel.
A eliminação, e o mau futebol, custaram caro pra Ronaldo. O camisa 9, que antes era idolatrado, passou a ser alvo de piadas. Sua forma física é inaceitável para um atleta. O Fenômeno já apelou até pra lipoaspiração, mas parece que não tem jeito. Visivelmente (muito) acima do peso, Ronaldo sofre contusões constantemente, e demora a voltar para os campos. A cada volta, seu peso parece aumentar, e seu tempo no futebol diminuir.
Neste domingo, Ronaldo voltaria a jogar, mas sua forma física não deixou. Ele não entra em campo desde o dia 9 de Maio, quando sofreu uma lesão na panturrilha direita. A Fiel aguarda ansiosamente seu retorno. O atacante sabe como mexer com a torcida, e posta vídeos de uma reportagem, que mostra golaços que fez no treino, em seu Twitter, o atacante completa dizendo que vai dar outra volta por cima. A torcida, apaixonada, acredita em tudo que o ídolo fala.
A torcida não sabe que os gols no vídeo são resultado de uma edição da reportagem, que deixou somente os lances em que o camisa 9 balançava as redes, excluindo aqueles em que ele não marcava. Os corinthianos não percebem, se negam a perceber, que no jogo, o problema na forma física de Ronaldo será muito maior que o seu talento, e o impedirá de acompanhar os companheiros de equipe, atrapalhando o rendimento do Timão.
A barriga de Ronaldo deveria representar um desrespeito à camisa que ele veste, mas os torcedores, cegos pelo craque, acham que o uniforme cai bem nos "quilinhos a mais". A diretoria nem liga, também acha que a camisa cai bem, que os patrocínios caem bem, já que o cofre, assim como o atacante, engorda cada dia mais. Ninguém quer assumir que em vez de fazer gols, o Fenômeno parece estar comendo todos eles.
O plano do técnico do Timão é escalá-lo dia 29, contra o Vitória. Para não ser vetado novamente, Ronaldo trava uma batalha com a balança. Sorte a dele, sua batalha deveria ser travada também com a massa corinthiana, mas a teimosa torcida ainda o apóia.
Aproveita enquanto é tempo Ronaldo, enquanto você ainda vale muito dinheiro pra diretoria do Corinthians. Aproveita Ronaldo, enquanto ainda consegue enganar 8 milhões de Fiéis corinthianos, e cegos.

domingo, 8 de agosto de 2010

VERDE DE DESESPERO

Vanderlei Luxemburgo, Muricy Ramalho e Luiz Felipe Scolari. Três dos melhores técnicos do Brasil, do mundo. Luxemburgo e Felipão já treinaram a seleção brasileira, Muricy só não treinou porque não quis, recusou o convite. É inegável a qualidade de cada um como técnico, os resultados mostram isso, os troféus que cada um conquistou. Sendo assim, qual o motivo de nenhum deles conseguir arrumar o Palmeiras?
Luxemburgo. Veio pro Palmeiras em 2008. Conseguiu conquistar o título Paulista. O time alviverde não ganhava nada desde 2000. No ano seguinte, o Palmeiras foi eliminado nas quartas-de-final da Libertadores, logo depois, Luxemburgo foi demitido. Mas a diretoria, e ele próprio, garantiram que esse não foi o motivo da demissão. O técnico explicou no seu twitter : "fui demitido por discordar das atitudes do Keirrison". Segundo o clube, Luxemburgo não respeitou a hierarquia, e quis se intrometer em um assunto que era da diretoria.
No caso, Keirrison queria que o Palmeiras o liberasse para o Barcelona, a diretoria chegou a hesitar, e o atacante não quis treinar e fez corpo mole durante os jogos , o que causou a revolta do treinador, que recusou a continuar trabalhando com o atacante caso a venda não acontecesse. "O Keirrison não falou comigo, não apareceu para treinar. Não concretizando (a venda para o Barcelona) e eu estando no Palmeiras, ele não joga. Faltou um pouco de respeito comigo e com os companheiros dele. Fiquei sabendo só através de um telefonema. Que bote em outro lugar ou mande embora do Palmeiras". Começava uma crise no Verdão.
Muricy. Tinha sido tri-campeão Brasileiro como treinador do São Paulo, era considerado o melhor técnico do Brasil, veio para o Palmeiras no meio de 2009. Pegou o time alviverde líder na tabela do campeonato Brasileiro, depois do ótimo trabalho do interino Jorginho. O Palmeiras conseguiu se manter em primeiro lugar isolado boa parte do torneio, mas o sonho começou a ficar distante quando o time não se encaixava mais e perdia jogo após jogo, a crise se tornou clara quando Maurício e Obina brigaram no fim de um jogo, enquanto ainda estavam no campo. Na última rodada, o Verdão ainda conseguiu perder a vaga na Libertadores, terminando o campeonato, que estava ganho, em quinto lugar.
A demissão de mais um ótimo treinador veio no Paulista de 2010. O time de Muricy perdeu em pleno Palestra Itália, de 4 a 1, do São Caetano. A pressão por sua demissão foi enorme, e Muricy deixou o Palmeiras. Mais um técnico caro era demitido, mas metade de seus salários continuaram sendo pagos, e mais uma crise se instalava no Palestra.
Felipão. Depois de 10 anos longe do Palmeiras, o treinador, que conquistou títulos importantes com o clube, inclusive a Libertadores de 99, voltou a comandar a equipe alviverde em junho desse ano. O time estava mal, havia amargado a péssima colocação de 11° no Paulista. Tinha sido eliminado da Copa do Brasil pelo fraco time do Atlético Goianiense. Felipão foi apresentado no time como a "salvação", traria o futebol do Palmeiras de volta, e acabaria com a crise que ronda o Palestra Itália nos últimos tempos.
As esperanças dos torcedores alviverdes continuam indo por água abaixo, já que Felipão, assim como a outra "salvação" que o clube trouxe, o atacante Kleber, não conseguem fazer o time ganhar. O treinador já acumula maus resultados, desde que chegou não consegue vencer. São cinco jogos : uma derrota e quatro empates, o time amarga a 13° colocação no Brasileiro, com 16 pontos, três acima do Goiás, primeiro time a ocupar a temida zona de rebaixamento. Contratado a peso de ouro, não era isso que os torcedores esperavam de Luiz Felipe Scolari.
Todas as esperanças alviverdes estão agora depositadas no retorno do chileno Valdivia ao meio de campo do Palmeiras, o Mago, como é conhecido pelos palmeirenses, dessa vez deverá chorar de tristeza. Sua vinda pode não ser o suficiente para acabar com a crise que está instalada no Palmeiras, já que o elenco continua fraco e a diretoria usa de repatriações de grandes ídolos, mas que não são craques, para tentar fazer o torcedor esquecer que não ganha um título de expressão desde 1999, quando Felipão venceu a Libertadores.
Se o passado se fizer presente no clube, a "eterna crise" irá continuar, e depois de Luxemburgo, Muricy e Felipão, a curiosidade será grande para saber quem será capaz de arrumar o bagunçado Palmeiras.

sábado, 7 de agosto de 2010

SUICÍDIO

No UFC de hoje, Anderson Silva, conhecido no mundo da luta como "Aranha", terá pela frente um mero sparring. Como se fosse um coletivo no futebol, o lutador brasileiro irá treinar e abusar de seus golpes contra o adversário, e presa fácil, o americano provocador Chael Sonnen.
A luta valerá o cinturão dos médios(até 84 kg) do UFC, categoria em que Silva é campeão desde 2006.O lutador tem a maior sequência de vitória no Ultimate, 11, e a maior sequência de vitórias disputando um cinturão, 6. Dois recordes incostestáveis. Seu adversário de hoje é um ótimo finalizador, mas o brasileiro deverá tirar de letra, já que sua luta em pé é perfeita, e a luta de chão também não deixa a desejar. Silva é o melhor lutador de MMA do mundo, reúne os atributos de um verdadeiro campeão. Faixa preta de Tae Kwon Do, Judô e brazilian Jiu Jitsu, é também lutador de capoeira. É veloz , bate forte, consegue antecipar os ataques adversários, além de ser dedicado aos treinos e manter sua ótima forma física. Dá show nas lutas, com golpes fortes e bonitos, nocauteando o adversário sem sequer sofrer um arranhão. O brasileiro sabe disso, e abusa das qualidades no seu único defeito. Sua arrogância e prepotência dentro e fora do ringue, defeito este que faz com que Silva brinque durante uma luta, provocando o adversário o tempo todo, e fazendo questão de deixar claro a sua monstruosa superioridade em cima de outros lutadores, uma brincadeira que não combina com a disciplina e o respeito imposto pelas artes marciais. Na coletiva de antes da luta, Chael "cavou sua própria cova", provocou Anderson, disse que " ele é uma fraude, um idiota, um mentiroso", que iria aposentar o campeão. A última vez que um rival provocou o brasileiro a luta não acabou bem.
Demian Maia, também brasileiro, famoso por ser um dos melhores finalizadores do mundo. Provocou Anderson, e se arrependeu. O Aranha fez questão de lutar os cinco rounds de cinco minutos. Fez com que cada minuto fosse de pura humilhação para Demian, foi um massacre. Anderson distribuia socos, fazia a cara do adversário inchar e sangrar, e quando Demian tentava levar a luta para o chão, o Aranha oferecia ajuda para ele se levantar, oferecia a cara para Demian bater, e nem se importava com os socos, revidava em grande estilo, desnorteando o rival, mas fazendo questão de não finalizar a luta, fazer com o sofrimento se prolongasse. Isso sem contar os xingamentos durante a luta.

Suas atitudes naquele dia causaram vaias do público, e irritaram seu chefe. Era o primeiro evento de UFC em Abu Dhabi. Dana White, presidente do UFC, deixou o "main event" para a luta entre os compatriotas, confiava no show de Anderson, e esperava mais um de seus lindos nocautes. Queria dar um show para os árabes, que haviam investido dinheiro pesado no Ultimate. Depois da luta, Dana deu a seguinte declaração: " acho que eu nunca fiquei tão envergonhado em dez anos que estou neste negócio", e ameaçou Anderson de punição, o brasileiro só poderia lutar nas preliminares do UFC, que nem são transmitidas ao vivo, seria o primeiro lutador com cinturão que disputaria esse tipo de luta, uma vergonha para qualquer campeão. O presidente do UFC voltou atrás, sabe do show que Anderson pode dar, e sabe o quanto o público espera ansiosamente pelos eventos em que o Aranha luta. Dana White engoliu seu orgulho, e deixou o brasileiro lutar. Mas Chael Sonnen, com suas provocações, pode fazer com que a história se repita. Anderson disse que vai "resolver isso no ringue". O presidente do UFC já deve ter pensado no que esta frase significa, e deve estar rezando para que Anderson resolva rapidamente, e não o faça passar vergonha de novo.

(Este post foi uma pequena exceção no blog para falar de outro esporte. O UFC 117 promete, terá todas as lutas com pelo menos um brasileiro, além do campeão Anderson Silva. Hoje às 23 horas.)

NEM A PAU JUVENAL

73 jogos. 38 vitórias, 15 empates e 20 derrotas. A soma de empates e derrotas dá quase o número de vitórias, um número muito ruim para um time grande, números de Ricardo Gomes desde que assumiu o São Paulo, em junho de 2009. O treinador assumiu o time em 16° no Brasileiro, terminou em 3°, disputando o título até a última rodada. Chegou nas semifinais do Paulista, e nas semifinais da Libertadores. Números que convenceriam, mas que não satisfazem a exigente torcida são paulina.
Foi assim a passagem do técnico pelo São Paulo, marcada por dúvidas, críticas e elogios. Por opiniões diferentes, que se contradiziam. Alguns culpavam Ricardo pela falta de entusiasmo, por deixar o time tricolor cada dia com uma escalação. Outros o elogiavam pela sua serenidade, educação e capacidade de lidar com a pressão. Mas a pressão já venceu a serenidade do treinador uma vez, quando Ricardo Gomes teve um pequeno AVC, um derrame causado por estresse, grande parte dele vindo da dificuldade de se comandar um time grande, suportar as crises sempre presentes depois de uma derrota.
A pressão voltava a tomar conta da vida do técnico, Ricardo sabia que o time do São Paulo não demonstrava confiança e bom futebol desde a volta da Copa. A torcida pedia sua saída, alguns jogadores e parte da diretoria demonstravam que o treinador não deveria continuar no cargo, mas Juvenal Juvêncio o apoiava, sua palavra é lei no clube, e ele deu sua palavra pra Ricardo que ele continuaria até o fim da Libertadores. Foi um tiro no pé, já que o time do São Paulo apresentou um futebol covarde e medroso no primeiro jogo da semifinal. O Inter fazia o que queria, enquanto o Tricolor só se acuava no Beira-Rio, uma atuação digna de timinho, e não do poderoso tri-campeão mundial São Paulo. O time irreconhecível de Ricardo perdeu, a derrota saiu barato, apenas 1 a 0.
A gota d'água aconteceu nessa quinta-feira, na decisão da semifinal da Libertadores, uma classificação que valeria a disputa do Mundial em Abu Dhabi, já que o Chivas, time mexicano classificado para a final, foi convidado para disputar a Libertadores, faz parte da Concacaf, e não tem direito de disputar o torneio Mundial.
Ricardo Gomes sabia que o time tinha sido rídiculo no Beira-Rio, e resolveu ousar no Morumbi, colocou três atacantes, Fernandão Ricardo Oliveira e Dagoberto, na tentativa de reverter o placar. Mais uma vez, surgiram dúvidas, o time nunca tinha jogado nessa formação, não existia entrosamento.
O jogo foi típico de semi-final de Libertadores, truncado e resolvido em detalhes, prova disso foram os três gols do jogo, que aconteceram em lances de sorte ou falha da equipe adversária. O primeiro deles foi de Alex Silva, após falha grotesca do goleiro Renan, que lembrou a falha de Rogério Ceni no confronto de 2006, na final da Libertadores daquele ano. O segundo foi um desvio proposital de Alecsandro, depois do chute de D'Alessandro. Um calcanhar do começo da área, fazendo a bola entrar no cantinho de Ceni, um lance mais de sorte do que talento. O terceiro veio um minuto depois do gol colorado. Rodrigo Souto chutou sem muita pretensão depois de um rebote da zaga, a bola sobrou no pé de Ricardo Oliveira, frente a frente com o goleiro, era só o atacante empurrar para as redes, a torcida se inflamou e o time Tricolor passou a acreditar na classificação, mais um gol garantia a vaga.

O São Paulo insistiu até o fim do jogo, Tinga ainda foi expulso, aumentando as esperanças tricolores. No último lance, o goleiro são paulino, desesperado, aproveitando o escanteio , foi para a área colorada. Mas, em um lance infantil, cometeu a falta antes mesmo da cobrança, e acabou de vez com as chances do São Paulo. Um trágico final para o Tricolor, depois de um jogo incrível e disputado, digno de semifinal de Libertadores, e dessa vez, digno da grandeza que o Tricolor carrega.

Mais uma vez, o gol fora de casa foi decisivo, causou a eliminação do São Paulo. O Inter está na final e disputará o Mundial com o Inter de Milão em Abu Dhabi. Ricardo Gomes, mais uma vez elogiado por Juvenal, e criticado por todos, foi demitido do cargo.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

MAIS UMA TAÇA PROS MENINOS

O Vitória entrava em campo nesta quarta-feira precisando reverter a derrota sofrida por 2 a 0 na Vila Belmiro, no primeiro encontro da final, contra o Santos. O time da casa havia ganhado todos os jogos que disputou no Barradão, e não tinha tomado sequer um gol jogando em casa na Copa do Brasil. Mas dessa vez a tarefa não era fácil, teriam que enfrentar o badalado campeão paulista, que teve 4 de seus jogadores convocados para a seleção de Mano Menezes.
A torcida rubro-negra apoiava em peso, já o gramado não ajudava tanto assim, estava em péssima condições por causa das chuvas. O primeiro tempo, como era de se esperar, começou com o Vitória pressionando a fraca defesa santista, que falhava, criando chances de gol para o ataque do Leão. O Santos apostava no contra-ataque, com Ganso armando as jogadas em velocidade para Robinho e Neymar, mas as jogadas não encaixavam. Ganso se entendia com Robinho, com os dois as jogadas surgiam, mas quando a bola parava no pé de Neymar, que fazia uma péssima atuação, o atacante perdia. O mesmo acontecia com André, que se despediu do time jogando mal, rumo ao Dínamo de Kiev.

Ainda no primeiro tempo, o Vitória fez um gol impedido e bem anulado, com Schwenck. A empolgação dos baianos acabou quando Neymar resolveu se redimir da fraca atuação, sofreu uma falta, e cruzou na cabeça de Edu Dracena, que cabeceou sem chances para Viáfara. Agora o Leão precisava de um milagre, virar o jogo para 4 a 1.

Na volta para o segundo tempo, o time da casa estava abatido, assim como sua torcida. As esperanças voltaram quando Wallace, o zagueiro que escreveu uma carta pedindo apoio da torcida rubro-negra, fez um belo gol e comemorou pedindo raça, a torcida se animou e apoiou o time cantando "time de guerreiro". O Vitória fez jus à música, lutou, e tentou de todos os jeitos fazer o segundo gol, apresentando um bom futebol, dentro de suas limitações, mas que assustou o time do Santos.

Dorival mexeu bem, tirou André, que saiu aplaudido do último encontro com os santistas, e pôs Marquinhos. O meia, como sempre, jogou muito bem, e fez uma ótima dupla com Ganso, que só não aumentou o placar, depois do passe de Marquinhos, devido ao milagre na defesa de Viáfara. O Leão continuava tentando, Renato acertou a trave, mas foi Junior quem conseguiu fazer o segundo gol, dando esperanças para os rubro-negros de que um milagre poderia acontecer no Barradão.

O Peixe tratou de segurar o jogo e impedir que o time da casa aproveitasse a empolgação da sua torcida, assegurando o título com a derrota por 2 a 1. O Vitória manteve os 100% dentro de casa, mas tomou um único gol no Barradão em toda a Copa do Brasil, o gol que custou a taça, mas não tirou os méritos de um time que chegou mais longe do que o esperado, e lutou até o fim, de igual pra igual com a sensação santista.

Tomara que o Time da Vila consiga manter Neymar e Ganso para o restante do Brasileiro, já que perderá Robinho (provavelmente) e já perdeu André. O time tem chances de lutar pelo título da tríplice coroa, após levantar a taça do Paulista e da Copa do Brasil. Já o Leão, que pelo elenco parece não ter chances de título no campeonato nacional, já se mexeu para reforçar a equipe e trouxe o matador Kleber Pereira, esperança de gols para o Brasileiro.