Tinga, do Internacional, é derrubado por Fábio Costa dentro da área, o juiz não marca pênalti, o Corinthians assegura o empate e mantém a liderança do Brasileiro de 2005, para garantir o título duas rodadas depois. Há 5 anos, começava uma rivalidade que dura até hoje.
A mágoa do Inter com o Corinthians também se fez presente na final da Copa do Brasil do ano passado. Com o clima de decisão, antes do jogo final entre as duas equipes, o vice-presidente de futebol do Inter, Fernando Carvalho, apresentou à imprensa um DVD com seleção de lances nos quais o Corinthians teria sido beneficiado pelas arbitragens, um dossiê que causou polêmica e fez com que o jogo fosse uma guerra. O alvinegro venceu aquela final e garantiu o título, fazendo piadas sobre o "chorão" time do Inter. A rivalidade só aumentou, fazendo com que, depois do Grêmio, o Corinthians seja o clube mais odiado pelos colorados.
Com tudo isso, o duelo de ontem no Beira Rio prometia. O Corinthians jogava a terceira seguida fora de casa pra manter a liderança, e o Inter tinha que vencer pra continuar na disputa pelo título. No começo do jogo, o protagonista da rivalidade entre os dois times, Tinga, foi mais uma vez a estrela principal.
O volante se aproveitava de sua velocidade, e da "burra" linha de impedimento avançada que os zagueiros corinthianos estavam fazendo. Em três oportunidades, Tinga saiu na cara do gol, mas perdeu para os zagueiros: estava impedido, na quarta, depois de tanto insistir, o capitão colorado venceu a zaga corinthiana, que pagou o preço por sua teimosia em alinhar os zagueiros, 1 a 0 Inter. O gol não foi de todo ruim para o Timão. Tinga se machucou no lance, e deu lugar ao atacante Edu. O melhor jogador em campo saiu, e a partida se igualou.
O Corinthians acordou ao tomar o gol, melhorou sua posse de bola, mas ainda pecava nos erros de Paulinho, que perdia todas as bolas. O Timão buscou o empate no fim do primeiro tempo, mas parou nas mãos de Renan, depois do chute de Jorge Henrique, e no travessão, na falta batida por Bruno César, que não marcava há 5 partidas.
Na volta ao segundo tempo, a rivalidade mais uma vez apareceu. O time corinthiano foi "homenageado" pela torcida do Inter, com os gritos de "P.. que pariu, Libertadores o Corinthians nunca viu" e "segunda divisão", ironizando o Brasileiro de 2008, quando o Corinthians disputou a Série B. O alvinegro logo deu o troco na torcida colorada. Jucilei, sempre ele, cruzou pra Jorge Henrique, que matou a bola e colocou no ângulo, um golaço. O empate causou o nervosismo da defesa do Inter, que quase foi castigada com a virada, quando Bruno César completou o cruzamento de Edu, e o travessão mais uma vez tirou o gol do camisa 10.
Celso Roth percebeu que o time ia perder, e tratou de usar seu ótimo elenco. Alecsandro e Andrezinho entraram em campo. O atacante brilhou logo no seu primeiro lance, quando recebeu um cruzamento de D'Alessandro, que mais uma vez jogou muito contra o Timão, e emendou de peixinho para o fundo da rede. 2 a 1 Inter. Perdendo a liderança, o Corinthians reagiu bem ao gol, e tratou de buscar o empate.
Quando o jogo parecia resolvido, aos 47 do 2° tempo, Renan sai mal do gol, Paulo André cabeceia, mas Nei, lateral direito, compensa a falha do goleirão, e espalma a bola pra escanteio. Pênalti e expulsão do lateral. Bruno César, que merecia fazer, errou o travessão, e mandou no meio da gol pra empatar.
O empate já era certo, porém, o jogão de ontem ainda tinha mais uma surpresa. Alecsandro, que havia entrado na metade do segundo tempo, chapelou dois e sofreu uma falta de Paulo André, que foi expulso. Perigosa, a cobrança seria feita por outro que entrou no meio do jogo, o ótimo batedor de faltas, Andrezinho. Mas não foi seu talento que decidiu o jogo, e sim sua sorte. O meia bateu, a bola desviou em Moacir e no travessão(que jogou pro time da casa), pra depois morrer na rede de Julio Cesar.
Um gol pra tirar de vez a liderança do Timão, consagrar o sempre subestimado Celso Roth, que substituiu bem, e finalizar a emocionante partida com a vitória do Internacional: 3 a 2.
Um jogasso pra esquecer a rivalidade e lembrar do bom e velho futebol.