segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O BOM E VELHO FUTEBOL


Tinga, do Internacional, é derrubado por Fábio Costa dentro da área, o juiz não marca pênalti, o Corinthians assegura o empate e mantém a liderança do Brasileiro de 2005, para garantir o título duas rodadas depois. Há 5 anos, começava uma rivalidade que dura até hoje.

A mágoa do Inter com o Corinthians também se fez presente na final da Copa do Brasil do ano passado. Com o clima de decisão, antes do jogo final entre as duas equipes, o vice-presidente de futebol do Inter, Fernando Carvalho, apresentou à imprensa um DVD com seleção de lances nos quais o Corinthians teria sido beneficiado pelas arbitragens, um dossiê que causou polêmica e fez com que o jogo fosse uma guerra. O alvinegro venceu aquela final e garantiu o título, fazendo piadas sobre o "chorão" time do Inter. A rivalidade só aumentou, fazendo com que, depois do Grêmio, o Corinthians seja o clube mais odiado pelos colorados.

Com tudo isso, o duelo de ontem no Beira Rio prometia. O Corinthians jogava a terceira seguida fora de casa pra manter a liderança, e o Inter tinha que vencer pra continuar na disputa pelo título. No começo do jogo, o protagonista da rivalidade entre os dois times, Tinga, foi mais uma vez a estrela principal.

O volante se aproveitava de sua velocidade, e da "burra" linha de impedimento avançada que os zagueiros corinthianos estavam fazendo. Em três oportunidades, Tinga saiu na cara do gol, mas perdeu para os zagueiros: estava impedido, na quarta, depois de tanto insistir, o capitão colorado venceu a zaga corinthiana, que pagou o preço por sua teimosia em alinhar os zagueiros, 1 a 0 Inter. O gol não foi de todo ruim para o Timão. Tinga se machucou no lance, e deu lugar ao atacante Edu. O melhor jogador em campo saiu, e a partida se igualou.

O Corinthians acordou ao tomar o gol, melhorou sua posse de bola, mas ainda pecava nos erros de Paulinho, que perdia todas as bolas. O Timão buscou o empate no fim do primeiro tempo, mas parou nas mãos de Renan, depois do chute de Jorge Henrique, e no travessão, na falta batida por Bruno César, que não marcava há 5 partidas.

Na volta ao segundo tempo, a rivalidade mais uma vez apareceu. O time corinthiano foi "homenageado" pela torcida do Inter, com os gritos de "P.. que pariu, Libertadores o Corinthians nunca viu" e "segunda divisão", ironizando o Brasileiro de 2008, quando o Corinthians disputou a Série B. O alvinegro logo deu o troco na torcida colorada. Jucilei, sempre ele, cruzou pra Jorge Henrique, que matou a bola e colocou no ângulo, um golaço. O empate causou o nervosismo da defesa do Inter, que quase foi castigada com a virada, quando Bruno César completou o cruzamento de Edu, e o travessão mais uma vez tirou o gol do camisa 10.

Celso Roth percebeu que o time ia perder, e tratou de usar seu ótimo elenco. Alecsandro e Andrezinho entraram em campo. O atacante brilhou logo no seu primeiro lance, quando recebeu um cruzamento de D'Alessandro, que mais uma vez jogou muito contra o Timão, e emendou de peixinho para o fundo da rede. 2 a 1 Inter. Perdendo a liderança, o Corinthians reagiu bem ao gol, e tratou de buscar o empate.

Quando o jogo parecia resolvido, aos 47 do 2° tempo, Renan sai mal do gol, Paulo André cabeceia, mas Nei, lateral direito, compensa a falha do goleirão, e espalma a bola pra escanteio. Pênalti e expulsão do lateral. Bruno César, que merecia fazer, errou o travessão, e mandou no meio da gol pra empatar.

O empate já era certo, porém, o jogão de ontem ainda tinha mais uma surpresa. Alecsandro, que havia entrado na metade do segundo tempo, chapelou dois e sofreu uma falta de Paulo André, que foi expulso. Perigosa, a cobrança seria feita por outro que entrou no meio do jogo, o ótimo batedor de faltas, Andrezinho. Mas não foi seu talento que decidiu o jogo, e sim sua sorte. O meia bateu, a bola desviou em Moacir e no travessão(que jogou pro time da casa), pra depois morrer na rede de Julio Cesar.

Um gol pra tirar de vez a liderança do Timão, consagrar o sempre subestimado Celso Roth, que substituiu bem, e finalizar a emocionante partida com a vitória do Internacional: 3 a 2.
Um jogasso pra esquecer a rivalidade e lembrar do bom e velho futebol.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

PEQUENO GRANDE HOMEM

O clássico de ontem poderia manter a liderança isolada do Timão no Brasileiro, mas o alvinegro paulista era um mero coadjuvante na Vila Belmiro. As câmeras estavam voltadas pro time do Santos, mais precisamente pro camisa 11, o polêmico Neymar.

Depois de xingar o técnico Dorival Junior por proibi-lo de bater um pênalti, e desrespeitar a hierarquia do clube, a jóia santista confirmou o que muitos já diziam. Se mostrou apenas um garoto mimado que não está preparado para tamanha cobrança dentro e fora de campo, e muito menos pode servir de exemplo para os pequenos torcedores santistas, que assim como os que entraram em campo ao seu lado ontem, copiando seu estilo e usando a gola da camisa levantada, querem seguir todos passos do ídolo.



Ao ser comparado com Pelé, o garoto parece ter colocado o rei na barriga, e se achou no direito de mandar e desmandar dentro do Santos.

A diretoria do Santos, ao invés de agir da maneira certa, e manter os 15 dias de punição que Dorival havia estabelecido para o indisciplinado Neymar, preferiu agir como um péssimo pai, e fez aumentar a arrogância do filho que criou. Demitiu Dorival do cargo de treinador antes do jogo contra o Corinthians, escalou o camisa 11 para o clássico, e mostrou que os pensamentos mimados do garoto estavam certos: ele manda mesmo no Santos.

Voltando ao coadjuvante da noite, que não tinha nada a ver com a crise da Vila. O Corinthians mostrou que a boa fase continua. Com mais uma atuação brilhante da dupla de volantes Elias e Jucilei, o Timão conseguiu empatar duas vezes quando estava atrás no placar, para no final virar a partida e deixar a taça de campeão cada vez mais perto. O 3 a 2 do jogasso de ontem apagou a estrela principal da noite, e deixou no Santos a dúvida se valeu a pena demitir Dorival pra deixar Neymar jogar.

 Apesar da punição aplicada por Dorival ser desfeita pela diretoria santista, os xingamentos do garoto Neymar não ficaram baratos. Mano Menezes mostrou porque merece estar na seleção brasileira, e não chamou a jóia santista, um dos principais jogadores da "nova seleção", na convocação de hoje cedo. Seu motivo foi o mau comportamento do jogador no clube, que pode ter relação com sua atitude ao vestir a amarelinha.

O ato indiscutível de indisciplina do jogador foi devidamente punido. Dorival, e o bom senso, agradecem Mano . . .


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

MAIS QUE UM TIME, UMA NAÇÃO

"O Corinthians é o time do povo, e é o povo que vai fazer o time". A frase do primeiro presidente do Corinthians previu o que ia se tornar a nação corintiana.
O Corinthians completa 100 anos hoje. O mais importante deste centenário não são os ídolos, os títulos, os jogos marcantes ou os gols mais bonitos. Quando se pensa em Corinthians, se pensa na torcida corintiana, se pensa no bando de loucos.
O maior patrimônio do Sport Club Corinthians Paulista está perto de 30 milhoões. São 30 milhões de fiéis torcedores, que cantam, gritam e incentivam aonde quer que o time esteja, seja qual for o jogo. Ronaldo Fenômeno , um dos ídolos da Fiel resumiu este sentimento no seu primeiro jogo com a camisa do Corinthians: "Essa torcida é incrível, eles não param de cantar, e quando o time toma gol é que eles cantam ainda mais alto".
Nesta madrugada, aconteceu a festa da virada. Os corintianos comemoraram o dia do centenário com um reveillon fora de época, com direito a contagem regressiva, shows e depoimentos dos ídolos da Fiel. A festa foi enorme, 130 mil torcedores compareceram ao Vale do Anhangabaú para homenagear o time. A Fiel mais uma vez foi a protagonista do Corinthians, a torcida cantou, sorriu e chorou na festa que reuniu as emoções do clube ao longo de seus 100 anos.
Ironizado por muitos, mas amado pelos seus torcedores, o Corinthians sempre teve altos e baixos, e foi nas piores horas que todos se deram conta do que significava ser corintiano, maloqueiro e sofredor, graças a Deus. O time tomou posse de uma palavra do dicionário, e explicou melhor do que qualquer um o que significa ser FIEL.
Em 1976, o Timão já amargava um jejum de 22 anos sem títulos, e disputaria uma semifinal de Brasileiro com o Fluminense. Mesmo há 22 anos sem comemorar, mais de 60 mil torcedores alvinegros se deslocaram de São Paulo para o Rio de Janeiro, e fizeram o Maracanã se transformar em um caldeirão da Fiel. O jogo acabou 1 a 1 e o Corinthians levou nos pênaltis. Esse dia ficou conhecido como "Invasão corintiana" e mostrou todo o amor que o torcedor era capaz de demonstrar pelo clube.
No fim do ano de 2007, o Corinthians lutava para não cair depois de uma péssima campanha no Campeonato Brasileiro. O último jogo do ano foi no Olímpico, contra o Grêmio. A torcida alvinegra, como sempre, cumpriu seu papel e incentivou o time(que era horrível) durante todos os 90 minutos. O jogo terminou empatado, e o Timão foi rebaixado para a Série B. A torcida, em meio a gritos e lágrimas, protaganizou um dos momentos mais lindos do futebol, que arrepiou até os torcedores rivais. No apito final, com o time já rebaixado, os torcedores ergueram suas cabeças, balançaram suas bandeiras e juraram continuar amando o clube em qualquer situação, declarando seu amor com o grito que se eternizou: " Eu nunca vou te abandonar, porque eu te amo".
O amor do torcedor é declarado em cada jogo, cada momento da história do Corinthians. Quando perguntados porque tanta paixão por um time, os alvinegros não hesitam em dizer que o amor pelo Timão é maior que qualquer coisa, é um sentimento diferente, inexplicável. E são esses torcedores que conquistam qualquer um que passe por lá. O ídolo Sócrates confirma: "Quando cheguei ao Parque São Jorge eu disse, com absoluta frieza, que era anticorintiano. Hoje, com a carreira encerrada, digo com a mesma tranquilidade que sou corintiano até morrer".
O resumo da história destes 100 anos mostra o que é o Corinthians. São 100 anos de paixão, de amor e de orgulho por vestir uma camisa, balançar uma bandeira e entoar gritos de incentivo. O Corinthians se resume na arquibancada, em cada um dos torcedores alvinegros, o Corinthians se resume em ser um corintiano. Fica aqui um apelo para a torcida: que todo esse amor e devoção continue(e aumente) nos próximos 100 anos.
NÃO PARA, NÃO PARA, NÃO PARA Fiel.