terça-feira, 22 de junho de 2010

SE OS SUL-AFRICANOS CHORASSEM . . .

Antes do início da Copa do Mundo de 2010, a imprensa perguntava se um país africano teria condições de sediar um evento mundial de tamanha importância. A África do Sul, como país-sede, está fazendo uma Copa de se invejar, e dando exemplo de como o Brasil deve fazer em 2014.
A principal atração do torneio não vem sendo a infraestrutura do país ou o futebol apresentado pelas seleções, quem vem roubando a cena em 2010 é a torcida sul-africana, com sua alegria e hospitalidade. Ao som das vuvuzelas, os torcedores carregam a alegria do futebol e animam qualquer partida, compensando até aquelas que as seleções não fazem um bom jogo. Se o espetáculo não acontece dentro das quatro linhas, a torcida se encarrega de fazer o próprio show fora delas.
Os problemas que perseguem o país há anos parecem nem existir durante esse mês de junho, o futebol faz os sul-africanos esquecerem o que foi o apartheid, ou o que é a desigualdade social e o racismo, problemas que fizeram e fazem parte da vida da maior parcela dos moradores da África do Sul. Infelizmente, os Bafana Bafana, como é conhecida a seleção nacional entre os torcedores, não conseguiram a vaga para as oitavas de final, se tornando o primeiro país anfitrião na história a não conseguir passar da primeira fase na Copa do Mundo. Mesmo vencendo a campeã mundial França por 2 a 1, terminou a primeira fase em terceiro lugar do grupo A, atrás de Uruguai e México.
Se o futebol da seleção fosse tão envolvente quanto a alegria da torcida, esse problema certamente não existiria. Ao terminar o jogo, os Bafana Bafana ainda foram aplaudidos pela vitória diante dos franceses, e a torcida dona das vuvuzelas continuou sorrindo e dançando ao som da sinfonia das cornetas pintadas de vermelho, azul, amarelo, verde, preto e branco, cores da bandeira da África do Sul. Mostrando que, mesmo sem a vaga, os sul-africanos ainda fariam desta Copa um show. A FIFA não poderia ter escolhido uma sede melhor para esta Copa. Mesmo com sua seleção de pouca qualidade, e com os problemas que assolam o país, a África do Sul continua mostrando a alegria do futebol e do seu povo com músicas, danças e sorrisos.

Sorte a nossa que eles não devem saber chorar.

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